Por Bobby Marks
Pela primeira vez na história, o Denver Nuggets se tornou campeão da NBA. Com uma vitória por 4 a 1 na série final sobre o Miami Heat, Nikola Jokic e companhia levaram para casa o primeiro título da franquia e, embora ainda estejam em um momento de festa, as preocupações do time já estão no futuro, mais especificamente nas novas regras do acordo coletivo, que dificultarão a manutenção de peças importantes no elenco.
Situação do elenco
No início da atual temporada, a questão era se Denver tinha um elenco que se manteria saudável a ponto de disputar o título, já que nos dois anos anteriores os atletas do time somados perderam um total de 535 jogos. O resultado disso foi que Denver não passou da primeira rodada dos playoffs em nenhuma deles, mesmo com Jokic sendo o MVP em ambos.
Nesta temporada, o cenário foi outro. Juntos, todos os atletas do time perderam 153 jogos devido a lesões, o oitavo menor número no campeonato. Nos playoffs, o técnico Michael Malone usou a mesma escalação inicial em todos os 20 jogos. O resultado? O primeiro título da história da franquia.
A expectativa é que os cinco titulares de Denver sejam mantidos nas próximas duas temporadas. Jamal Murray, Kentavious Caldwell-Pope, Michael Porter Jr., Aaron Gordon e Jokic estão todos sob contrato até pelo menos 2024-25 (Caldwell-Pope tem uma opção de se tornar agente livre em 2024). Já Jokic está entrando no primeiro ano da extensão supermax de cinco anos, que lhe renderá US$ 272 milhões (R$ 1,32 bilhão). Enquanto isso, Murray tem dois anos restantes e é elegível para extensão nesta offseason. Gordon tem três temporadas restantes e Porter quatro.
Se há uma preocupação, ela vem com o novo acordo coletivo de trabalho e o impacto que tem na capacidade do time em construir profundidade em torno de seus jogadores principais. Denver é um dos dois únicos times com três jogadores com contratos máximos (Jokic, Murray e Porter) e deve a Charlotte, Orlando (2025) e Oklahoma City (2027 e 2029) escolhas de primeira rodada nos próximos sete anos.
Dos atletas mais importantes, quem pode sair é Bruce Brown, que é agente livre. Depois de passar as quatro temporadas anteriores em Detroit e Brooklyn, o atleta encontrou um local de conforto e um papel identificado em Denver. Durante os playoffs, ele liderou todos os reservas no total de pontos. Ele tem nas mãos uma proposta de US$ 6,8 milhões (R$ 33 milhões) para a próxima temporada, mas caso recuse, pode receber até o dobro disso em outra equipe.
Os Nuggets são menos restritos quando o assunto é Jeff Green. Como ele já é um jogador bastante experiente, seu contrato não deve variar muito do mínimo para veteranos (US$ 3,2 milhões). Nesta temporada, o ala de 36 anos teve médias de 7,8 pontos, 2,6 rebotes e acertou 48,8% dos arremessos na temporada regular.
Se esses podem sair, por outro lado, Denver pode adicionar ao seu elenco a escolha de segunda rodada de 2022, Ismael Kamagate. O pivô teve média de 9,6 pontos e 7,9 rebotes nesta temporada com o Paris Basketball.
Finanças
Com os cinco titulares ganhando US$ 150 milhões (R$ 729 milhões) e incluindo a opção de jogador de US$ 6,8 milhões de Brown, Denver está US$ 7,7 milhões (R$ 37 milhões) acima do limite da folha salarial, que é de US$ 162 milhões (R$ 787 milhões) e pode ter a exceção de US$ 5 milhões (R$ 24 milhões) de imposto de nível médio se Brown ou Jeff Green não retornarem. O time, no entanto, tem uma exceção de segunda rodada recém-criada disponível para assinar suas escolhas de draft para um contrato de mais de duas temporadas.
O futuro de Murray
Três anos após assinar uma extensão máxima de novato de US$ 158 milhões (R$ 768 milhões) por cinco anos, Murray agora é elegível para assinar um novo contrato. Como ele tem dois anos restantes, o máximo que Denver pode assinar com o armador é um acordo de três anos e um adicional de US$ 144 milhões (R$ 700 milhões). Com isso, o salário de US$ 44,3 milhões (R$ 215 milhões) no primeiro ano começaria a contar em 2025-26. Murray poderia correr o risco e ignorar a assinatura de uma extensão e esperar até a próxima entressafra em que poderia assinar uma extensão supermax de mais de US$ 300 milhões (R$ 1,45 bilhão) por cinco anos.
Nas finais da conferência, Murray teve sua segunda série de playoffs na carreira com média de 30 pontos, repetindo o que fez na primeira rodada de playoffs em 2020, contra o Utah Jazz. Ele marcou mais de 20 pontos no quarto período quatro vezes em sua carreira nos playoffs, o dobro de qualquer outro jogador desde que o play-by-play foi criado, em 1996-97. Os outros jogadores que fizeram isso duas vezes são Allen Iverson e Michael Jordan.