Os recentes casos de febre maculosa registrados em São Paulo estão causando medo na população, por isso é importante obter informações sobre os sintomas e as ações para lidar com os casos suspeitos da doença.
Mas o que é a febre maculosa, também conhecida como doença do carrapato? É uma infecção febril de gravidade variável. A doença é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida principalmente pela picada do carrapato-estrela, comum na região do Cerrado e em áreas degradadas da Mata Atlântica. A presença do transmissor é mais recorrente em beira de rios.
Mas atenção! A transmissão não ocorre de pessoa para pessoa. A infecção acontece após o carrapato ficar fixado na pele do paciente por ao menos quatro horas.
O período de incubação – intervalo entre a data do primeiro contato com a bactéria até o início dos sintomas – da febre maculosa é de 2 a 14 dias. Portanto, é importante considerar as exposições ocorridas nos últimos 15 dias antecedentes ao início de sintomas.
Os principais sintomas da febre maculosa são febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés e gangrena nos dedos e orelhas.
A doença também pode provocar paralisia dos membros, com início nas pernas, chegando até os pulmões, causando parada respiratória. Além disso, com a evolução da febre maculosa, é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
A atual época demanda maior atenção, já que, entre junho e novembro, a infestação ambiental por ninfas de carrapato-estrela é alta, quando ciclo de vida do carrapato inclui as seguintes fases: ovo – larva – ninfa e adulto.
Ao notar os sintomas, procure atendimento médico imediatamente. O paciente também deve informar ao médico caso esteve na região afetada pelo recente surto. O tratamento imediato com antibióticos é recomendado para evitar o agravamento do quadro.
Embora a Febre Maculosa seja grave e com alta letalidade, é possível reduzir significativamente o risco de contrair a doença.
Segundo o Ministério da Saúde é indispensável adotar algumas medidas para evitar a doença, principalmente em locais onde há exposição a carrapatos:
Use roupas claras para ajudar a identificar o carrapato;
Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;
Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;
Use repelentes que possuem proteção contra carrapatos;
Realize o controle com antiparasitário nos animais domésticos;
Retire os carrapatos (caso sejam encontrados no corpo), preferencialmente com auxílio de uma pinça (de sobrancelhas ou pinça cirúrgica auxiliar);
Não esmague o carrapato com as unhas, pois ele pode liberar bactérias e contaminar partes do corpo com lesões;
Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.
Casos em São Paulo
Até o dia 17 de julho em São Paulo havia registros de 17 casos de febre maculosa no estado e oito óbitos. Em 2022, foram registrados 63 casos, com 44 óbitos confirmados. Já em 2021, foram 87 casos e 48 óbitos.