Assunto polêmico

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A medida é para tentar equilibrar essa área e continuar como fonte de renda, alimentação para muitos e atrair turistas

Por:Alfredo da Mota Menezes

Transporte zero de pescado foi talvez o assunto mais comentado e discutido nesses últimos dias. É aquele que proíbe pesca, como é hoje, por cinco anos. Os dois lados, a favor da medida ou contra, tem seus argumentos.

Argui-se que está diminuindo a quantidade de peixes nos rios do estado e isso seria ruim para quem vive da pesca, também atrapalharia o turismo com pessoas que vem ao estado para pescar.

Chamou atenção não se ter um estudo bem fundamentado para comprovar ou não a tese da diminuição de peixes. Estudo de especialistas na área que mostrasse essa realidade. Mas o comentário geral é que cada dia mais tem menos peixes.

Pessoas não profissionais, que gostam de pescaria, afirmam que estaria diminuindo peixe em muitos lugares. Culpa-se a pesca sem controle. Daí medida para tentar equilibrar essa área e continuar como fonte de renda, alimentação para muitos e atrair turistas.

Outros alegam que não são os pescadores os culpados pela diminuição de peixes nos rios. Apontam o dedo para outros fatores, como falta de saneamento. Que isso, sem tratamento, poderia ajudar a diminuir a quantidade de peixes. Alguns falam da construção de Pequenas Centrais Elétricas ou PCHs em diferentes rios. Ou ainda que falta uma fiscalização mais constante e rígida sobre pesca no estado.

O Ministério da Pesca entrou no assunto e se posicionou contra o que se chamou transporte zero. Tem outros argumentos ainda nessa direção e que procura mostrar que não é culpa do pescador profissional pela diminuição de peixes.

Apareceu até informações sobre o que Goiás e Mato Grosso do Sul estão fazendo sobre esse assunto. Em Goiás tem um programa parecido já por dez anos. Em entrevista, o atual governador daquele estado, Ronaldo Caiado, elogiou o programa de lá que impede pesca por tanto tempo e que isso ajudou o turismo naquele estado.

No MS tem um programa para diminuir a pesca também. O pescador, turista no geral, pode levar só essa ou aquela espécie de peixe, também falam em tamanho e outros dados que ajudaria a diminuir a pesca sem controle.

Seria interessante que gentes do estado tivessem mantido contato com MS e Goiás e conversar sobre aquelas experiências. A Assembleia Legislativa poderia ter trazido gentes para falar sobre o assunto, inclusive para ajudar na discussão interna sobre esse tema. Se veio alguém, ou se foi gente daqui buscar essas informações, não apareceu nada disso para a opinião pública.

Mas, enfim, se terá um período de pesca mais controlada. E aqueles que vivem da pesca, ficando sem renda, terão um auxilio por três anos. Antes seria um salário mínimo num primeiro ano, meio salário um ano depois e metade disso num terceiro ano. A ALMT aprovou um salário mínimo por três anos.

Se falou também que esses pescadores poderiam aproveitar o momento e ser treinados para outra profissão. Como tudo está polarizado, os que são contra o transporte zero, arguem ser impossível um pescador com 60 ou 70 anos procurar uma nova profissão agora.  Cada lado com seus argumentos. Assunto polêmico mesmo.