Por Extra com agências internacionais — Ilha de Koh Tao, Tailândia
O mochileiro de 21 anos encontrado morto dentro de um quarto de hotel na famosa “Ilha da Morte”, na Tailândia, teve a causa do falecimento revelada. O irlandês Robby Kinlan havia partido ao país para realizar um curso de mergulho livre e, após concluí-lo, foi achado por um amigo deitado em sua cama, apenas de cueca, com celular nas mãos e fones de ouvido.
Inicialmente, a morte repentina do mochileiro foi rotulada como um mistério, para autoridades e familiares. Mas, em entrevista ao Irish Mail, a família indicou que os resultados iniciais da autópsia apontaram que ele morreu em decorrência de insuficiência cardíaca pulmonar aguda. O laudo completo do procedimento deve ser divulgado nas próximas semanas.
De acordo com a polícia local, o amigo de Kinlan bateu em sua porta por volta das 11 horas da manhã. Ao não obter resposta, chamou uma equipe do hotel para ajudá-lo a entrar. Como a porta estava trancada por dentro, ninguém conseguiu entrar. Então subiram o teto do quarto e viram que ele estava morto na cama segurando seu telefone que estava conectado a uma tomada enquanto carregava. O dispositivo estava bloqueado quando os policiais chegaram.
Ainda de acordo com as autoridades, não havia sinal de arrombamento do quarto ou qualquer agressão ao jovem. Ele teria morrido sozinho. O tenente-coronel Theeraphat Sanjai disse acreditar ter sido um infarto fulminante, mas que não pode ser comprovado até a análise do corpo por um perito.
Ainda de acordo com o tenente-coronel, “não foram encontradas bebidas alcoólicas em seu quarto, embora não tenhamos certeza se ele estava bebendo de fora. Pessoalmente, quando entrei no quarto para encontrar o corpo, não senti cheiro de álcool, apenas um odor de mofo. Relatamos o assunto à Embaixada Irlandesa em Bangkok”.
Seu amigo confirmou que não sabia se ele tinha alguma condição médica preexistente.
A mãe de Robby, Tracy King, afirmou que o corpo do filho permanece na Tailândia mas pretende trazer para o país natal, e agradeceu o apoio de amigos e familiares.
“Descanse em paz, meu precioso filho Robby. Ele está descansando neste lindo Templo em Koh Tao, Tailândia, antes de sua remoção de volta para a Irlanda”, escreveu a mãe, no Facebook. “Estou com o coração partido e sobrecarregado e muito grato por toda a gentileza que está sendo demonstrada a nós neste momento. Obrigado a todos os amigos e familiares”.
Ainda de acordo com a mãe de Kinlan, ele estaria “vivendo o sonho” de se tornar um mergulhador. “Robby não era apenas um amigo – ele era o tipo de pessoa que iluminava todos os cômodos com sua gentileza e calor”, escreveu a mãe. E continuou: “Na Tailândia, ele estava cercado por muitos amigos e estava vivendo seu sonho, passando os dias fazendo o que amava: mergulho livre e autônomo no lugar que o fazia feliz.
A família de Robby lançou um apelo de arrecadação de fundos para arrecadar dinheiro para que o corpo de Robby seja repatriado para sua terra natal para um enterro. Se ele não puder ser levado para casa, ele será cremado em um templo budista.
“Agora, queremos homenagear Robby da melhor maneira que pudermos, ajudando sua mãe e sua família. Queremos dar a todos a chance de se despedir e celebrar a pessoa incrível que ele era.”
“Ilha da Morte”
Koh Tao tem algumas das mais belas vidas marinhas do mundo e atrai centenas de milhares de turistas por ano mas convive com uma reputação de assassinatos e mortes misteriosas.
Kinlan, de acordo com policiias, estava hospedado no BaanTao Bungalo Resort, a menos de três quilômetros da Praia Sairee, onde Hannah Witheridge e David Miller foram espancados até a morte em setembro de 2014.
Dezenas de mortes inexplicáveis de jovens turistas foram associadas à ilha ao longo dos anos, o que lhe rendeu o apelido sombrio de “Ilha da Morte”.
As mortes mais notórias em Koh Tao ocorreram em setembro de 2014, quando os mochileiros britânicos Hannah Witheridge e David Miller foram espancados até a morte na praia por um suposto serial killer local.
Apesar de dois trabalhadores birmaneses supostamente terem sido incriminados pelos assassinatos, muitos moradores, autores e documentaristas citaram evidências apontando para o filho de uma família local bem relacionada como responsável. Alega-se que a polícia encobriu a morte para proteger a família e a indústria do turismo.