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A vitória de 3 a 1 sobre o Botafogo na decisão da Supercopa, neste domingo, reforça o argumento de que o Flamengo poderá ser, em 2025, um time com a autoridade que se esperava no ano passado. O resultado, contra o dono do melhor futebol do país na última temporada, foi conquistado com naturalidade. E isso não é pouca coisa.
Sucessos e fracassos devem ser relativizados em começos de ano. No Campeonato Paulista, o Santos perdeu para o Palmeiras, mas venceu o São Paulo, que havia vencido o Corinthians – uma sequência de clássicos que não permite conclusões muito claras. Mas o caso do Flamengo abre margem para um otimismo maior.
No jogo anterior, o Botafogo havia vencido o Fluminense por 2 a 1, com boa atuação, mostrando que carregava na memória o futebol que o tornou, com sobras, o melhor time do Brasil. Contra o Flamengo, o cenário foi outro: a equipe alvinegra foi dominada por um adversário que evidenciou trazer uma carga ainda maior de continuidade – entrosamento, fluência ofensiva, naturalidade de movimentos.
Na mudança de ano, o Botafogo perdeu o treinador (Artur Jorge) e dois de seus principais jogadores (Thiago Almada e Luiz Henrique, decisivos para a dinâmica do time), ao passo que o Flamengo se despediu de atletas importantes, mas que já não eram fundamentais (Gabigol, David Luiz e Fabrício Bruno). Isso ajuda a mostrar a diferença de herança entre as equipes.
Enquanto o Botafogo perde tempo em busca de um novo treinador e tem dificuldades para repor à altura os jogadores que saíram, o Flamengo faz uma transição mais suave, sustentada na mudança que representou a chegada de Filipe Luís no final de setembro. O novo treinador desfez o grande mistério do futebol brasileiro em 2024: por que aquele time tão qualificado não conseguia jogar com Tite?
Essa continuidade é o grande trunfo do Flamengo para vingar nesta temporada as decepções do ano passado – amenizadas com a conquista da Copa do Brasil. A ela, se somam a qualidade que Filipe Luís vem demonstrando no começo de carreira, a evidente força do elenco e a capacidade de investimento do clube, que deve contratar, por exemplo, um jogador do porte de Jorginho, do Arsenal.
Por tudo isso, pelo acúmulo dessas credenciais, o Flamengo tem potencial para ser o time do ano no Brasil. E o próprio treinador parece confiar nisso, vide a curiosa declaração que deu na semana passada:
– Eu tenho o melhor elenco da América. Eu tenho os melhores jogadores. Se esse time não jogar, é culpa minha.