DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

Notícia

Professores representam MT no maior centro de ciência do país

Por Khayo Ribeiro

Mato Grosso foi representado pelos professores Henrique Moura e Naielly Rodrigues em evento no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP). Educadores participaram de seleção nacional e foram escolhidos junto a outras 38 pessoas para 4 dias de imersão dentro de um dos maiores centros de pesquisa da América Latina.  

Desenvolvimento de novas tecnologias, ciência de fronteira e discussões sobre os rumos da pesquisa no país foram alguns do muitos temas vivenciados pelos 40 educadores que participaram da formação. Intitulada Escola Sirius para Professores do Ensino Médio (ESPEM), a experiência foi realizada entre os dias 17 e 21 deste mês.  

Com programação extensa, o evento contou com aula expositiva sobre a fonte de luz síncroton Sirius, visitas às instalações dos laboratórios e acessaram cursos interdisciplinares em ciência, tecnologia e inovação. Formação contou com selecionados das áreas de física, química e biologia.  

Da rede pública de Mato Grosso, a professora Naielly Rodrigues conta que foi selecionada em meio a mais de 300 outros educadores. Em sua carta de intenções, destacou a importância da ciência e seus anseios enquanto professora.  

“A ESPEM foi uma experiência incrível por relacionar tecnologia de ponta, inovação e ensino. A partir dessa vivência com professores de todos os estados e com pesquisadores de ponta, eu me sinto muito motivada a trazer um pouco das novidades que aprendi para a sala de aula, sobretudo no contexto da educação antirracista”, disse.  

“Leciono no contexto da periferia e esses temas atravessam diretamente a vida dessas alunas. Então, é crucial que eu leve isso em consideração e entenda que participar dessas formações representa aperfeiçoar o processo educativo deles e eu considero isso um ato político”, pontuou.  

Professora destacou ainda a importância do financiamento à pesquisa, ensino e divulgação científica. Isso porque o evento foi realizado de forma gratuita, com subsídio total à educadora quanto às passagens, hospedagem e alimentação durante os 4 dias.  

“Meu acesso às pesquisas de ponta só se deu devido ao financiamento público. Por isso, é muito necessário que essas iniciativas sejam mais recorrentes. Por isso, iniciativas como essa deveriam ser mais comuns e acessíveis aos professores que lidam diariamente com as dificuldades na sala de aula”, acrescentou.

No mesmo tom que Naielly, para o professor Henrique Moura acredita que somente através do investimento em educação, divulgação científica e pesquisa é que será possível a resolução de questões ímpares deste momento, a exemplo das fake news e da crise climática.

“Nos últimos anos, observamos a Educação e a Ciência brasileiras serem menosprezadas e atacadas com “fake news” e desinformação, inclusive submetidas a ataques a questões fundamentais como foi, por exemplo, o caso das vacinas, que ao longo da história têm salvado vidas e evitado sequelas de doenças graves”, disse o educador.

“Além disso, o planeta enfrenta diversos desafios, como a questão climática, a necessidade de produzir cada vez mais alimentos, desenvolver novos medicamentos e buscar fontes de energia sustentáveis. Portanto, fica evidente que, para enfrentarmos todos esses problemas que a sociedade moderna nos impõe, é cada vez mais necessário investir em Educação, pesquisa e divulgação da ciência”, acrescentou.

Além disso, o professor destaca que os conhecimentos experimentados durante a ESPEM foram uma “injeção de energia”, que será transmitida em forma de conhecimento aos estudantes de forma a contribuir para a valorização da ciência e da tecnologia no país.