Por João de Andrade Neto — Recife
Na última semana, em entrevista a Romário, Neymar causou polêmica nas redes sociais ao dizer que jogaria no lugar de Rivaldo na seleção do penta, em 2002. Porém, antes mesmo de ser campeão do mundo na Copa da Coreia do Sul e do Japão, o ex-craque de Santa Cruz, Mogi Mirim, Corinthians, Palmeiras, Deportivo La Coruña e Barcelona já havia chegado ao topo do futebol mundial.
Há exatos 25 anos, o pernambucano criado em Paulista, município da região metropolitana do Recife, era eleito pela Fifa como o melhor jogador do mundo, superando, com folgas, o inglês Beckham (campeão inglês, da Copa da Liga Inglesa e da Champions League, com o Manchester United) e o argentino Gabriel Batistuta. Àquela altura, Rivaldo era o terceiro brasileiro a ganhar o prêmio, depois de Romário e Ronaldo. Meses antes, já havia levado também a Bola de Ouro da revista francesa France Football.
Mas afinal, o que levou Rivaldo a ser o melhor do planeta em 1999? O ge recorda aqui o ano mágico do craque, que brilhou como nunca com a camisa azul grená do Barcelona.
A temporada 1998/1999 foi a segunda de Rivaldo no Barça (e a terceira no futebol europeu). Na primeira (1996/1997) levou o Deportivo La Coruña ao terceiro lugar do Campeonato Espanhol, com 22 gols em 44 jogos. Já na sua primeira temporada no Barcelona (1997/1998), o craque brasileiro conquistou a La Liga, além da Copa do Rei e a Supercopa da Uefa. Foram no total 28 gols em 51 jogos.
Números excelentes, mas que seriam superados no maior ano da carreira do brasileiro.
Dessa vez, o craque marcaria 29 gols (muitos deles, golaços) e daria 18 assistências em 48 jogos. O bicampeonato do Campeonato Espanhol veio com 11 pontos de vantagem sobre o Real Madrid, com o Barcelona tendo em Rivaldo o seu principal jogador. O brasileiro acabou como vice-artilheiro da competição, com 24 gols, apenas um a menos que o espanhol Raúl, do Real Madrid.
Beckham, segundo colocado no prêmio de melhor do ano da Fifa, marcou em toda a temporada apenas nove gols em 55 jogos, além de ter contribuído com 20 assistências no Manchester United.
“Os meus gols fizeram a diferença. Ele (Beckham) ganhou muitos troféus, mas marcou menos do que eu”, disse o pernambucano, à época.
Com a seleção brasileira, Rivaldo também foi decisivo.
Na conquista da única Copa América que disputou, o meia-atacante foi o artilheiro da competição, ao lado de Ronaldo, com cinco gols, sendo quatro deles na fase final: um nas quartas de final contra a Argentina, outro na semifinal contra o México, e dois na decisão diante do Uruguai.
Acabou eleito como o melhor jogador do torneio.
Rivaldo permaneceu no Barcelona até o início da Copa do Mundo em 2002, quando também foi, ao lado de Ronaldo, um dos principais jogadores da campanha do penta, com cinco gols e uma assistência.
Após o Mundial, o pernambucano se transferiu para o Milan, onde atuou por apenas uma temporada. Jogou ainda por Cruzeiro, Olympiacos e AEK, ambos da Grécia, Bunyodkor, do Uzbequistão, São Paulo, Kabuscorp, de Angola, São Caetano, até encerrar a carreira em 2015, no Mogi Mirim.
Prêmio de melhor do mundo pela Fifa em 1999
- Rivaldo – 543 pontos
- David Beckham – 194 pontos
- Gabriel Batistuta – 79 pontos
- Zinedine Zidane – 68 pontos
- Christian Vieri – 39 pontos
- Luís Figo – 35 pontos
- Andriy Shevchenko – 34 pontos
- Raúl – 31 pontos
- Andy Cole – 24 pontos
- Dwight Yorke – 19 pontos