Edevaldo Cavalo conquistou o troféu Joan Gamper de 1982 com o Internacional. Hoje, ele ganha apelido de “pé de coelho” entre os torcedores
Por Marcello Neves
Fluminense e Manchester City nunca se enfrentaram na História. Pelo menos, até a próxima sexta-feira, quando irão se encontrar na final do Mundial de Clubes. Porém, um funcionário do Tricolor pode servir como “pé de coelho” nesta decisão. Isso porque Edevaldo Cavalo, hoje supervisor técnico da equipe Sub-16 do clube, já conquistou título sobre os ingleses — com direito até a gol na final.
Isso aconteceu em 1982, durante a disputa do Troféu Joan Gamper. Edevaldo ainda atuava pelo Internacional e viajou até a Espanha para o torneio, que tinha formato diferente do atual. Após superar o Barcelona nas quartas e o Colônia na semifinal, a decisão foi diante do Manchester City. No placar, vitória do Colorado por 3 a 1, com gol do então lateral-direito.
— Tive a felicidade de fazer um gol. Não lembro se foi de falta ou de pênalti. Não tenho a memória de cabeça. Foram tantas coisas boas que aconteceram. O importante foi que eu fiz o gol (risos). De conhecimento, de jogadores importantes, nós não tínhamos de cabeça. Sabíamos que era uma equipe forte, uma equipe boa. Não era dessa grandeza de hoje, de dinheiro. Mas sempre foram famosas. Assim como Liverpool, Manchester United… — conta Edevaldo.
Edevaldo admite que não lembrava do seu gol contra o Manchester City, mas se diz feliz com a recordação. Ele já ganhou o apelido de pé de coelho de torcedores nas redes sociais. Gosta da brincadeira, mas não quer assumir esse status.
Aquele Troféu Joan Gamper foi marcado por ser a estreia de Diego Maradona pelo Barcelona. No entanto, Edevaldo colocou água no chope: nas quartas de final, ajudou o Internacional a segurar os catalães para vencer nos pênaltis, os tirando da competição.
— Era a estreia do Maradona no Barcelona. Também tinha um alemão estreando, grandão, que jogava muito. Primeiro tempo foi um sufoco danado. No segundo, não passavam do meio-campo. Eles não conseguiram nos neutralizar. Foi empate e fomos para os pênaltis. O jogo contra o Barcelona era de casa cheia. Mas na Europa, é uma coisa diferente. Como era verão, férias, o estádio ficou cheio contra Barcelona, Colônia (na semifinal) e na final.
Sobre a final, ele espera que a equipe de Fernando Diniz consiga repetir o feito que ele atingiu anos atrás:
— É uma coisa natural. É de se emocionar. O Fluminense vive um momento muito bonito, muito bacana. Do presidente ao roupeiro. É uma corrente muito bacana. Não vou dizer que sou pé de coelho, mas uma pessoa que vai torcer muito para tudo dar certo. São 19 anos como funcionário. Vou para 20 se Deus quiser com o título.
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Edevaldo Cavalo — Foto: Reprodução
Para quem não se lembra, Edevaldo surgiu nas categorias de base do Fluminense e foi campeão do Carioca em 1980. Disputou 197 jogos, chegando a ser convocado para a Seleçao Brasileira em determinado momento. Em 1982, disputou o Mundial com a Canarinho, sendo reserva de Leandro.
O Fluminense conheceu na terça-feira o seu adversário na grande final do Mundial de Clubes. O Tricolor, campeão da Libertadores, enfrentará o Manchester City-ING, vencedor da Liga dos Campeões da Europa, na luta pelo título mundial. A partida acontece na próxima sexta-feira, às 15h (horário de Brasília), no King Abdullah Stadium, em Jidá.